terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Leviatã

Em São Paulo o dia está nublado diz a moça do tempo. Olho pela janela com a espectativa, patética, de que ela esteja errada. Nublado. Nublado como o espírito de um menino familiar que se esconde no banheiro com um pedaço de sulfite, com o qual tem a intenção de superar seu silêncio covarde. E vai rasbiscando enquanto torna-se um botão de flor que de alguma forma sonha com a hora de se abrir. É que ele sabe que se abrir é apegar-se as pessoas e a qualquer momento elas vão machucá-lo. Um amigo; um familiar; alguém em quem você confie, amigo leitor, qualquer pessoa em algum momento há de se fazer féia e viver perfeitamente bem com isso. A verdade é que esse botão de flor  sabe que é, exatamente, igual; e isso torna o seu sonho de ser bom inalcansável; e o mundo insuportável e sem nenhuma solução.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Minha amiga (Música)

Como vai
Minha amiga,como está?
 Eu estou aqui e ainda sou a mesma
Quando é de manhã
Eu escondo o meu café
Que vai me lembrar
Que você não está aqui
 É a vida e não há como negar
Todo mundo tem a hora de ir embora
Hoje eu sei

http://www.youtube.com/watch?v=9icMbeirYAw&feature=youtu.be

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ali (música)

Na tarde de sol
Ela estava ali
O sol quarando a mágoa
A dor quarando a solidão

No canto da casa a bicicleta velha
No canto da mágoa a dor de quem se foi
E o sol quarando a mágoa
A dor quarando a solidão

Na velha despensa um resto de comida
No resto do peito o que sobrou do amor
O sol quarando a mágoa
A dor quarando a solidão

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Seu novo par (Música)

Era uma bailarina
Que vivia na cidade
E passava o dia todo a dançar
Pobrezinha dançarina

Que já teve um bom parceiro; um companheiro; um bom rapaz

Depois que o moço se foi
A bailarina não soube mais parar

Dança daqui; dança de lá
Com a solidão seu novo par

(Renato Luciano)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nunca mais voltou( Música)

Quando é bem de noitizinha
Aquela menina começa a pensar
Na sua vida de amargura
Em quantas tristezas teve que passar
E se lembrou de umas palavras
Que uma cigana um dia lhe falou
Que a sua vida de amargura
Acaba no dia em que ela se for
E pôs o pé então na estrada
Saiu de madrugada e nunca mais voltou

Se enfiou com o pé na estrada
Largou periquito, filho e nem ligou
Rodopiando sem parada
Feito dançarina ela se mandou
E povo todo acreditava
Que ela partiu num disco voador

Renato Luciano

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tá doendo, menina!

''Bem aqui vive esperando por ti a flor, o fruto e o cais, onde vais?'' Canta o menino pra alguém que vai pra Califórnia. Ao menos hoje ele pode escrever sem lágrima, esse menino viajante. Quantos adeus? Que ironia, hoje é sua vez de esperar no cais. Esperar por alguém que o  fez percebe-se frágil e entender que é preciso força para admitir-se frágil. Isso, ele é frágil. Frágil, assim como você e eu que se diz forte. Chora pelos cantos a espera de alguém que lhe fez enxergar que vale a pena a honestidade e que a ingenuidade é uma palavra criada pelos homens impuros. Hoje o menino viajante diz: Sou puro! Ou sou ingenuo. Como preferir! Vai e me ensina de novo. Ensina-me a paciência de esperar alguém tão importtante, pois a vida tem me mostrado que progredir é ver as pessoas importantes partirem e aceitar sem tornar-se rocha. Não dá pra aceitar, minha querida. Deixa eu te contar um segredo. Eu te procurei. Te procurei muito. Viajei e passei por muitos enganos que me custaram a dor da desconfiança. Até você chegar e mudar tudo. Tá doendo, menina. Tá doendo demais!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pra recomeçar(Música)

Dizem que ela foi embora
E o moço se fechou
Vale Deus; Nossa senhora
Contra a dor do tal do amor

Foi pra longe a poesia
Tudo dele ela levou
Dispensou a alegria
E a tristeza despertou

E ele nem desconfia
Que ao fim da noite o dia começou
Como diz a poesia
Toda rosa um dia acha um beija-flor

E é a vida e não há o que negar
É a sina desse caminhar
Quando um amor acaba
Outro há de se encontrar
Pra recomeçar

Renato Luciano/ Cibelle Hespanhol

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pra Yara Chegar(Música)

Acorda cedo e não vai demorar
Venha correndo que hoje eu quero falar
Da minha vida e andar com você
Se você não vem eu vou correndo te ver

Todo mundo diz que tô feliz sem saber
Que ando rindo atoa e sem mais nem porque
Coloquei o quarto fiz pudim pro jantar
arrumei a casa pra Yara chegar

Renato Luciano

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Nesse Momento

    Você já parou pra pensar que nesse momento- em algun lugar do mundo- neste exato instante, alguém tá pedindo perdão? Nesse momento alguém tá se despedindo, chorando. Nesse momento um menino fala sua primeira palavra e outro dá o seu primeiro passo, exatamente, agora. Nesse momento alguém descobre que não é mais apaixonado. Nesse momento alguém anda de bicicleta pela primeira vez ao mesmo tempo em que alguém descobre a calçada como abrigo. Nesse momento alguém tá chorando demais, sem parar, sozinho, no mesmo instante em que alguém dança valsa na chuva com o namorado, rindo. Neste instante; agora; alguém tomou um tiro por engano. Enquanto você lê esta "palavra" alguém percebe que seu amigo o traiu com sua esposa no mesmo instante em que alguém vibra de alegria ao receber a notícia que seu filho vai sobreviver ao acidente.
    E nesse momento alguém, em São Paulo na rua Backer, descobre que a vida é horrível e maravilhosa; e que é possível provar isso por A+B; e que viver é sentir um cântico de senzala e uma canção de Jorge Ben. Sendo assim, a felicidade é uma escolha. E sem saber porque esse mesmo alguém decide ser feliz.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Besteiras do Cotidiano- o fim da Jéssika

Essa semana algumas pessoas me perguntaram sobre a Jéssika. Pois é, gente, a Jéssika morreu mesmo. Não teve jeito. Eu fiz de tudo: reguei, coloquei no sol, segui as ordens de um amigo que falava pra eu não dizer perto dela que ela tava morrendo e coloquei vitamina como a Mayra pediu. Não deu. Desencarnou mesmo. Ela era muito ciumenta, sabe? Como eu. Morreu de ciúme, talvez. Eu amo a Jéssika, galera, de verdade mas ela se foi e eu não posso fazer nada. Você aí que ama alguém de verdade você pode regá-lo(a) com todo seu amor e um dia ele(a) pode decidir partir e não há nada o que fazer. A Jéssika morreu assim como eu sinto que esse diário já não faz mais sentido e tá morrendo também e mais um monte de coisas dentro de mim. Fiquei feliz sempre que alguém me perguntou sobre a Jéssika como a Mayra e a Priscila que nem a conheceram pessoalmente; quando o Zé disse que lê meus textos pra Adriana (sua mulher) e quando vira e mexe alguém me diz: E a moça das flores, hein? Perdeu bobão! É estranho e bonito perceber que as suas dores transformadas em poesia e em sei lá o que podem, mesmo que seja triste, fazer companhia pra alguém. Poxa, receber uma mensagem de Minas de um amigo que leu seu blog dizendo: Não se sinta sozinho, pois você tem a gente aqui. Manda um abraço pra Jéssika mas eu tenho ciume dela. Isso faz você pensar que tudo vale a pena até a solidão.
 A verdade, galera, é que o Chuck não precisa mais do Wilson e hoje o cara do velho casaco xadrez tem alguém que lhe segura a mão e diz "Vamo pra balada" e ele vai.

domingo, 17 de outubro de 2010

Domingo

Quando fiz esse blog, prometi pra mim mesmo que só falaria de coisas leves mesmo que fossem desabafos. Mas gente, acordar no Domingo de manhã com uma banda tocando Rolling Stones me dá o direito de xingar pelo menos uns 40 min aqui no meu diário. Eu fico pensando que se pra envelhecer é preciso ver 20 mil vezes uma banda, iniciante, começar tocando Rolling Stones, não tem a menor graça. Que fique bem claro que eu adoro Rolling Stones. O que eu não suporto é a mesmice. Não suporto mesmo. E que o mal humor de hoje me dê o direito de falar algumas verdades.
Então vamos começar:
*Não suporto artista intelectualóide que diz um monte de merda e o público fala: Olha como ele é inteligente!
*Não suporto gente orgulhosa.
*Não suporto meu ciúme que mata somente a mim quando a pessoa que eu gosto olha pro lado.
*Não suporto minha neurose e meu silêncio.
*Não suporto quando o mundo pensa que o problema são as outras pessoas. Vira e mexe eu escuto: O problema é que sou muito boba (nesse caso sinônimo de boa). O problema é meu namorado; o problema e meu gerente...
*Não suporto filósofo de facebook( que nojo)
* Não suporto Marias microfones( aquela que quer o cara que canta).
*Não suporto meu romantismo e minha breguice imbecil.
*Não suporto, gente, de verdade o Lairton dos teclados; Frank Aguiar e qualquer coisa dos teclados e nem aquelas bandas que misturam no nome duas coisas nada a ver tipo: Limão com Caju.
*Não suporto a ética Capitalista que não te permite sentar o pau naquele seu amiguinho de trabalho que é um idiota.
*Não suporto o dia de hoje, não suporto de verdade. 


    

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Besteiras do Cotidiano-O líder operário

Há duas semanas eu fui convidado para fazer um teste numa peça cujo personagem era um líder operário. Levantei as 6:00 da manhã e coloquei uma calça surrada; um tênis velho( fiquei a cara do senhor Madruga) e sai pelas ruas de São Paulo com o rosto fechado afim de acabar, totalmente, com qualquer doçura em mim e procurando um olhar de discriminação para que pudesse dizer o texto com propriedade. No ponto de ônibus uma senhora aproxima e eu fiquei orando para que ela não acabasse com meus planos. Fiquei cantando, pra mim, uma música triste pra me concentrar. Porque eu sou assim se escuto James Taylor tenho vontade de sair na rua abraçando todo mundo. Se é Ray Charles, cantando georgia on my mind, me apaixono por qualquer uma que tiver ao meu lado ou melhor qualquer coisa. Se for uma vaca eu faço moooooo pra ela. Enfim, a senhora disse: Meu filho. Aí a vaca foi pro brejo. Dane-se o teste. Sim, respondi. Conversamos durante horas. Ela tomou meu ônibus mesmo morando pra outro lado e no final eu terminei dizendo: Obrigado por ter agasalhado meu coração. Que exagero, gente(ou não, sei lá). Mas é assim mesmo. Conclusão: terminei o dia sem aquele emprego e acreditando mais nas pessoas.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Na trilha de Macunaíma- Canal Brasil

Galera, na terça passada estreou o nosso programa(Na Trilha de Macunaíma) no canal Brasil e foi um sucesso. Tá muito bonito. Na próxima terça tem um novo episódio. Quem não viu, ainda, tem mas doze programas pela frente. Abraço a todos!

http://www.youtube.com/watch?v=1x2itX0LQj4
Na paixão você a vê conversando com outro e pergunta: Quem é esse?
No amor você quer torna-se amigo dele, logo, para que ela fique feliz.
Na paixão você grita: Você faz tudo errado!
No amor você segura a mão dela e diz: Não é esse o caminho. Vem por aqui.
Na paixão você fica puto porque ela não foi com você, pois tinha que cuidar do amigo doente.
No amor você vai lá e cuida com ela.
Na paixão você quer que ela emagreça.
No amor que ela fique do seu lado; que o proteja da sua solidão para que você cuide da dela também.
Na paixão você quer que ela fique acordada a noite toda com você. Dane-se o trabalho! Dane-se o mundo!
No amor você cuida para que ninguém a acorde.
Na paixão você a esconde para que ninguém a perceba.
No amor você diz: Essa é a moça que te falei!
No amor você cuida pra que a bola não caia. É frescobol.
Na paixão você brinca de queimado.
Na paixão você grita desesperado: Cadê você?
No amor você canta uma canção bonita e ela vem.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre a Jéssika

Galera, a Jessikinha tá nas últimas. Pra quem não sabe quem é ela (todo mundo) eu vou explicar. Eu conheci a Jéssika no supermercado a dois meses e pensei, imediatamente, que ela seria minha cara. Canceriana, calada, paradaça feito eu. É essa! Tenho certeza que ela não vai insistir pra eu cortar o cabelo e nem pra eu tirar o casaco,velho, xadrez pra ir na balada. Ou melhor, nem vai querer ir na balada. Vai fugir comigo toda vez que os menininhos e as menininhas começarem a rosnar uns para os outros na madrugada. E assim se fez. Fiz musiquinha pra ela: ô, ô,ô Jéssika você me aceita assim como sou... Conversamos várias madrugadas. Só a gente. E agora a Jéssika, minha plantinha, tá morrendo e eu tô com a impressão, estranhíssima, de que sou outra pessoa e que alguns passados morrem dentro da gente, mesmo que a gente não queira, pra que nasça algo, agora, bem mais bonito e que faça a gente feliz. Eu sinto cheiro de amor sereno (e é tudo que eu quero) a quatro minutos daqui e ele tem nome de uma lenda da água doce.

sábado, 18 de setembro de 2010

O monge-poeta de mentira

Ontem eu conversei com um velho amigo de Minas (o Zé) e fiquei muito feliz. Tinha um bom tempo que não falava com ele. Ele disse que lê sempre os meus textos e que acha-os tristes e cômicos. Eu pensei que gostaria muito que fossem apenas cômicos. Mas triste e cômico é exatamente como eu me sinto. Meu pai contava, sempre pra mim, a história de um homem que procurou a terapia por causa da tristeza. O terapeuta disse pra ele ir num circo no qual tinha um palhaço que tava fazendo muito bem aos seus pacientes. O homem disse que era ele o palhaço. Hoje, dia 18 de setembro de 2010, eu sou aquele palhaço também. Meus amigos me chamam de monge-poeta. Mas eu sei que não é verdade. Sou um monge de mentira que faz cara de que vive sereno e em paz sozinho mas tem uma plantinha chamada Jéssika para driblar a solidão. Idiota! E um poetinha de papel por ter amado uma vez e inventado todo o resto só pra escrever poesia. Egoísta! Cansei desse texto! Foi mal, Zé!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Besteiras do cotidiano-A sentinela do céu

Tô aqui sentado numa cadeira da sala A2 do centro espírita Seara Bendita. Conheci esta casa há um mês e o espiritismo a 27 anos. Esqueci o meu papelzinho e é ele que permite acesso a sala e determina o lugar no qual a gente senta. Informei a senhorizinha que me recebeu com um sorriso no rosto e disse:
_ Esqueceu a sua ficha?
_Sim
_Então escolha um lugar bem gostoso. E dá-lhe sorriso!
Acho que é por isso que gosto daqui. Agora chega outra senhora; liga uma música erudita e escreve, lentamente no quadro: "Segunda Oportunidade". É esse o tema de hoje.
Pedi um papel a senhora maravilhosa lá da porta e ela se dedica a achá-lo pra mim.
_Psiu! Menino, tá aqui. E mais um sorriso.
Comecei com minha mania de testes. Pedi algo que sustentasse o papel. Ela diz:
_Vá até o final desse corredor e pegue uma revista, mas tem que ser escondido. Eu morri de ri e falei:
_ Mas isso não é nada cristão! Ela diz:
_Cristo tem coisas maiores pra se preocupar, menino. Agora vá lá, pegue a revista e se você falar que fui eu quem mandou, eu nego. Mais um sorrisinho. Imagino que o céu deva ser asssim cheio de regras que são quebradas, toda hora, em função da generosidade e do amor. Imagino também que quando a gente chega no céu essa senhora tá lá na porta, com certeza. No final da palestra vou lá perguntar o nome dela. Vou agora! Tô com medo de perder meu lugar. Dane-se! Um último teste de paciência.
_Onde eu posso tomar água? Mas acho que não vai dar tempo. Tá quase começando.
_ Ali perto daquela árvore, disse ela. Dá tempo sim. Vai correndinho.
 Alguém grita: Dionízia, tá na hora de começar! Isso, Dionízia é o nome da senhora simpática sentinela do céu.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Besteiras do Cotidiano- O andarilho

Essa semana fui até Minas visitar a Dona Maria( minha mãe) e na viagem fiquei lembrando de quantas coisas já me aconteceram nesse vai e vem. Teve uma vez que uma senhora chegou do meu lado lá na rodoviária do Rio e disse que não tava ali por acaso. Eu fiz o nome do pai imediatamente. Ela riu e falou que era vidente e que tinha umas coisas pra me falar. Disse ela que eu era uma pessoa especial ( aí rolei de ri mas confesso que fiquei vaidoso mesmo não acreditando muito nessas coisas, sabe? Mas disse que eu tinha que pegar um barbante, fazer três nós e dizer: Estou cada vez melhor em todos os aspectos. Fiz cara de sério e me escancarava de rir por dentro, sabe como é? Pensei, sinceramente, o quanto seria ridícula aquela sena. O pior é que na semana seguinte lá estava eu com aquela negócio na mão escondido, no meu quarto, falando baixinho pra ninguém ouvir. Que vergonha. Mas logo logo eu parei com aquela mania. Só fiz uns três anos. Que merda. E as amizades de Rodoviária(é o melhor). Outro dia conheci o senhor Antônio que me ensinou tudo de granja e uma mocinha de quinze anos que trabalha em São Paulo como modelo. Fiquei abobado quando ela me disse que tava sozinha em Sampa e que trabalhava na agência "não sei o que"(lembro o nome, não) porque uma agência maior havia se interessado por ela,  mas pra trabalhar lá ela teria que cerrar o canino e fazer uma cirurgia no maxilar. Que doidera! Eu, hein! O fato e que escrevi esse monte de coisas só pra dizer que o melhor foi chegar em casa e ouvir: Meu Renato.  O sorriso é imediato e também a  vontade viver. Oi mãe! 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Bem Mais Feliz

Eu queria ir um dia pra um lugar
Onde tudo é muito mais Bem mais feliz
Escutar o passarinho
Tico-tico, sabiá
Onde eu possa ter certeza
De que tenho a quem amar
Ter a casa com varanda frente ao sol
E uma rede onde ela vai deitar
Onde a gente possa ser feliz
Porque quando se ama não se esquece
Do mundo todo que aparece
No instante em que você chegar

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É Natal (Música)

É natal
O sol tá lindo
No Hemisfério Sul
E o mundo rindo
Porque vai chegar
Nosso menino
Pra falar do amor

Vou cantar
Ouvir os sinos
Lá da Catedral
E sigo rindo
Quero acordar e ver você e eu

Hoje eu vou sair pra dar a mão pra alguém
Que queira levantar

(Renato Luciano)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Eu quero minha mãe

Quando fiz seis anos ingressei-me na escola e achei até interessante colorir, recortar e tal. Mas recreio, puxão de cabelo e soco na cara pra mim era a mesma coisa. Era bater aquele sininho infernal que meu coração disparava e vinha logo um menino lá da outra sala me bater e tomar minha merenda. Eu me acostumei tanto que depois eu já lhe entregava a merenda antes que ele erguesse o braço. Ele dizia: Não fale a ninguém.   Eu,obviamente, obedecia. Mas meus coleguinhas viam e um dia um deles contou a professora. Eu quase morri: Dizia: não, não, não... A diretora conversou com o menino que era bem mais velho, chamou minha mãe e disse que o problema estava solucionado. Mal sabia ela que o problema se desfez mas não por conta dela. No outro dia, minha mãe passou a colocar dois pães na minha merendeira-:um pra mim e um para Ernesto- e os socos se transformaram em abraços e os puxões de cabelo em papo no intervalo. Tornou-se meu amigo. Eu fui entender aquilo muito tempo depois. Que ele era muito carente, discriminado, marginalizado e que minha mãe é a melhor coisa do mundo inteiro. Por isso toda vez que fico triste lembro disso e a vida se faz alegria imediatamente. A saudade hoje tá braba demais. Eu quero minha mãe!

domingo, 22 de agosto de 2010

Novidades

Galera, dia 28 de Setembro estréia no Canal Brasil a temporada "Nas trilhas de Macunaíma" as 20:15 hr com Oswaldo Montenegro, Madelena Salles e nós da Cia Mulungo. A séria fala de várias regiões do Brasil com muita, muita, música, dança e "brincadeira". Tá muito bacana!

sábado, 21 de agosto de 2010

Das idiotices que me tocam

*Despedida na rodoviária.
O que eu mais vi nos últimos tempos foi choro em rodoviária.
Eu nunca fui a Ouro preto, apenas passei por lá. “E toda vez que eu ouço o nome da cidade, me vem a memória uma placa com um letreiro enorme escrito” RODOVIÁRIA DE OURO PRETO" que vi com os olhos meio abertos(tinha acabado de acordar) e um menino chorando sem parar despedindo da mãe. O mais legal foi o cara do ônibus que ele sentou do lado, tinha a a maior cara de machão meteu-lhe um abraço.

*Casal que não se assume e se condena toda hora com implicâncias.

*O bom humor nesse mundo de correria.
Sabe quando você tá passando numa calçada e sem querer vai de encontro com alguém e os dois ficam tentando se esquivar, porém acaba indo para o mesmo lado?Pois é, eu vi uma senhora fazer isso com um rapaz. Aí ela parou e disse com a voz serena: Olha moço, foi muito bom dançar valsa com o senhor nesta manhã. Eu ri demais da conta!

*Presente fora de época. Principalmente se você nota que houve ali um dedicação, sabe? E pode ser a coisa mais idiota. Tipo um bolo...

*E mais um monte de coisas como: criança de colo; dia de chuva (sempre, não sei por que); carinho de vó; frentista de posto mulher; prostituta feia; mulher de viajante apaixonada; estudante na estrada pedindo carona com aquelas plaquinhas, sabe? Garçom com muita boa vontade, sogro ciumento que vai cedendo aos poucos; aquelas bandas de cidade do interior que tem trombone clarineta... E a mais idiota de todas: Quando o chaves fica sozinho na vila e todo mundo vai pra Acapulco. Aí toca aquela musica triste. Que merda!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Besteiras do Cotidiano- O entregador de flores

     Na minha nova casa aqui em São Paulo eu descobri uma série de coisas. Descobri porque minha mãe sempre ouve música quando arruma casa. O negócio funciona, galera! A gente relaxa, vai pra outro mundo e quando acorda você se pergunta: Quem fez isso? Tudo arrumado! Descobri também que hora de lavar a louça é a melhor hora de meditar. Desta vez, lembrei do dia em que fui entregar flores para a namorada de um amigo (a pedido dele) e cheguei a conclusão de que boa parte da minha vida se resume a isso. Acho que eu tenho talento para cuidar do amor dos outros e nenhum para cuidar dos meus. Por isso que eles vão embora, sempre. Hoje eu sei. Eu sou a trilha sonora e não o romance. Faço tudo errado.
     Fui até a floricultura, achei a flor recomendada e fiquei observando o cuidado da moça com as plantas. Era bonito aquilo! Fiquei testando ela. Perguntei: E essa aqui, moça, é o que? Ela não titubiou uma só vez: Orquídea não sei o que da espécie... Pensei que deveria chamá-la para cuidar do meu jardim lá em casa e tomar um café, quem sabe? Aí lembrei que não tenho jardim e nem sei fazer café. Desisti!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Carta aos velhos amigos (Música)

Meu amigo
Quanto tempo
Minha rua como está?

Minha amada
Quantos Beijos!
Me espera vou chegar

Eu andei...

Minha carne
Meu desejo
Meu cansaço
Meu olhar

Meu compadre
Meus amigos
Minha amada
Como vai?

Eu andei...

Ninguém sabe como estou
Se é hora de voltar

(Renato Luciano)

http://www.youtube.com/watch?v=0UlgVRS_Q0M

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quando menos esperava

A vida se fez tédio quando eu quis
Se fez bonita quando eu sorri
Se fez solidão quando eu fugi
Se fez grande quando eu amei
Se fez menina quando beijei
Se fez triste quando vi
Se fez coragem quando gritei
Se fez viva quando cantei
Se fez insônia quando pensei
Se fez saudade quando parti
Se fez boemia quando gargalhei
Se fez paixão quando menos esperava

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dorme com Deus, pai!

Domingo foi dia dos pais e eu só venho falar disso hoje porque descobri que para curar a dor às vezes é preciso fugir; às vezes é preciso deixar doer. Hoje é o dia de deixar doer. Meu pai partiu quando eu tinha treze anos e me deixou uma saudade violenta. Foi ele que me ensinou a devolver o troco quando vem a mais; ensinou-me também a ter calma e paciência nos momentos difíceis toda vez que ele dizia para minha mãe em resposta a sua pergunta: E agora o que a gente vai fazer? Não temos dinheiro. Ele sorria: Meu dinheiro é fêmea. Mas isso eu só fui entender depois. Lembro de como ele distraía a gente (eu e meus irmãos) enquanto minha mãe estava fora. Lembro também de como ele amava os amigos e isso me fez compreender aquela expressão que diz que a amizade é uma plantinha que você tem que regar. E como ele regava!  Lembro das piadas na sala; da dancinha engraçada; do colo quentinho e da perna que balançava enquanto eu encostava minha cabeça. Lembro de como ele confiava nos outros; como amava minha mãe e nossa família. Lembro, lembro, lembro... Hoje é o dia de deixar doer. A mãe tá bem, meus irmãos e toda a família. Dorme com Deus, pai! 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ponto Final

Já é hora, meu bem!
O nosso amor é vinho ao contrário
Fica feio com o tempo
E a cada dia a gente se machuca mais

Então, antes que sangre
Eu vou embora
Mas por favor me deixa ir sereno
E não deixa a vida ser igual e ridícula
Não me queira na despedida
E nem se arrependa de nada
Sejamos felizes!

(Renato Luciano)

Canção amiga ( Música)

Vai passar
Toda dor espera
Vai passar
Me espera que eu vou chegar

Veja o sol
Hoje eu quero ter a sua mão
E sem pressa quero conversar

Veja, eu sei
Tá chegando a hora de partir
Mas hoje eu quero ver você sorrir

E não vejo a hora
De nóis passiá

(Renato Luciano)

Vazio (Música)

Eu não tenho amor e nem dinheiro
Eu não tenho dor nem solidão
Nem a solidão quer vir aqui
Eu não tenho amor e nem dinheiro
Não tenho romances
E nem sei o que é ser clichê
Nem eu mesmo posso entender

Casa com quintal
Roupa no varal
Eu não tenho amor e nem dinheiro

(Renato Luciano)

Avacalhai! (Música)

Avacalhai!
Brasileiros avacalhemos
Como eles avacalham de nóis no congresso e nóis gostemo

Eu avacalho
Tu acavalhavas
Vós avalhalhais
Eles avacalham com a cara da gente e a gente pede mais. Avacalha!

(Renato Luciano/Léo Pinheiro)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bobeia não, bonitinha!

Lambi mesmo...
E lambo de novo!
Bobeia não! Bobeia não!
Quem que mandou cair do ombro pro colo?
Quem te ensinou a ter um sono tão doce?

Qual era o sonho, menina?
O que te fez abrir os lábios pequenos,
pedindo atenção?

Queria tanto que você me visse
te vendo dormir...
Bobo, babão, inteiro...
Mas não quis te acordar pra isso...

Sabe o que é, Bonitinha?
O Tempo passa feito estrada à noite,
balançando o colo que te nina e acalma...
Passa e chega...
Passa e vai...

E aí, eu lambo mesmo!
Bobeia pra ver!

Se eu te acordei, não me desculpa não!
Foi sem querer, mas, mesmo assim, eu quis!
Pois vai que amanhece antes da hora?
Vai que eu cochilo e perco o despertar?
Quero te ver dormir, Bonitinha,
só pra te ver abrir os olhos, sem pressa,
e saber que eu tava ali, por perto,
olhando...

Mas se demorar...
Bobeia não,
que eu lambo!!!

(Renato Luciano / Rodrigo Sestrem)

Cinco mil e dois

Cinco mil pessoas e uma musiquinha tocava só pra gente
Cinco mil cabeças
Cinco mil invejas
Cinco mil vizinhos reclamavam da música que tocava dentro da gente

E quanto mais reclamavam
Mais a gente dançava
A valsa do peito da gente

E quanto mais a gente dançava
Mais se comentava
Da violeta alma da gente

E nessa dança egoísta 
As nossas almas riam
As almas gêmeas da gente

E a vizinhança desejava
Que se futucasse
pois havia de ter algo escuro
Bem lá no fundo da gente

E quanto mais escurecia,
mais se cegava
do sol que ardia nos olhos da gente...

e dessa praia inventada
os beijos eram a areia
virando castelos pra gente...

e quanto mais a gente morava,
mais vizinhos reclamavam
da música de dentro da gente

E a vizinhança desejava
só que se calasse
pois havia de ter algo puro
que não viesse da gente...

E quanto mais eles esperavam,
mais a gente ria...
e ria...
e ria...



( Renato Luciano / Rodrigo Sestrem)

Pra não haver mais engano

Grita, amor da minha vida
Grita pra eu te perceber
Grita, que eu já tô gritando aqui
E o meu grito tem atraído tanto cravo
No lugar de você, jasmim
E eu ando cansado de cravos
Eu ando exausto de dor
Faz assim: Canta
Mas canta bem baixinho
Assim só eu vou te ouvir
Mas canta hoje, amor da minha vida
Não me deixe nem mais um dia assim
Porque pior que a solidão
é pensar que era você aqui

(Renato Luciano)

Passarinho Protitoti ( Música)

Eu aprendi a andar sozinho
Acordar todas as manhãs
A ver  as coisas como elas são
Eu não conheço o meu caminho
Não sei aonde estou
Nem pra onde vou
De madrugada vejo o sol nascer
Eu até já me acostumei
Mas eu encontrei um passarinho
Ele me disse que eu não vou voar
Mas posso cantar uma canção
Lê rê iê rê iê
Já sei andar sozinho
Já posso até olhar
As flores do caminho
Posso até voltar
Posso até cantar sem medo
É que eu encontrei um passarinho
E ele me disse que eu não vou voar
Mas posso cantar uma canção
Lê...

(Renato Luciano/ Maurício Fabiano)

A Grande festa (Música)

Jogo de bola de gude
Brincadeira de sabão
Um muci de cholate
Com sorvete de limão
Não estudar depois da escola
Assistir televisão            
Qualquer brincadeira
Só que a tarde inteira
Sem hora pra terminar
Bruxa ou pirata
Boneco de lata
Já vai começar

Bola de encher dindê
Bola de soprar dindá
Coisas pra comer dindê
Coisas pra brincar dinda
Doce de pudim dindin
Docinho de vó dindó
É bom pra chuchu dindú
Quanto mais melhor dindó

(Renato Luciano/ Léo Pinheiro)

Voz ( Música)

Minha alma está dispersa
Eu não consigo cantar
Minha voz está deserta
Por falta de quem amar
Eu deixei a porta aberta
Antes de você pensar em ir
No meu canto salta a voz da solidão
E há quem diga que a paixão
Ainda existe por aqui
Quando eu descobri
Uma canção de amor
De cantador rural
De cantador
Eu vou seduzir
Rios e ribeirões
Amores e paixões
E substituir
Esta poesia tosca
Essa chatice que sai da minha voz

(Renato Luciano)


Bendita seja

Bendita seja a mulher do pescador que espera aflita sua chegada no porto
Bendita seja a mulher do artista que canta sua canções, distante, na falta do homem amado
Bendita seja toda e qualquer mulher de viajante, mas mais abençoadas são aquelas que não suportaram esperar, pois deram a eles a chance de conhecer um novo cais; um novo lugar; um novo amor a cada instante

(Renato Luciano)

Pra tomá café (Música)

  é madrugada
Rio de Janeiro, gente na calçada e eu pensando:
Moça, passa lá em casa pra tomá café
São quase seis horas
Tá chegando a hora de eu ir para o Oswaldo
Eu eu pensando:
Moça passa lá em cas pra tomá café
Passos na calçada
Piso na titica (sorte desgracada) e só pensando:
Moça passa lá em casa pra tomá café
Baté o desespero
Pra tomar um banho
E na FM toca Léo pinheiro e na cabeça:
Moça passa lá em casa pra tomar café
Fome desgraçada
Já quase nem lembro
Terminou agosto, começou setembro e eu só pensando:
Moça passa lá em casa pra tomá café
Faz uma semana
Que eu quase não durmo
Terminou setembro, começou outubro e eu só pensando
Moça passa lá em cãs pra tomá café

(Renato Luciano)

Vagando (Música)

Porque será
Que as vezes eu quero andar por aí
Mesmo sabendo que não tenho aonde ir
E o meu olhar só que olhar o seu
E a minha mão só quer te procurar
Pra que dizer
Que não quer mais me ver andar por aí
Vagando sem saber nem ter pra onde ir
E que o seu olhar não quer olhar o meu
E a sua mão não que me procurar
Mas o meu corpo só quer descansar
E o meu amor só quer amar você

(Renato Luciano)

É docê (Música)

Meu amor,
Ollha só o que eu te escrevi
Não repare nem me leve a mal
Quantos Jobins
Quantos poetas
Quantas canções
Falam de amor de um jeito lindo
Eu aprendi
Não sou poeta
Mas eu gosto mesmo é doce

E fiz essa canção bonitinha
Pra falar que gosto é doce

(Renato Luciano)

Conto de saudade (Música)

A muito tempo ela nos deixou
Nem um bilhete ou verso ficou
Não há tristeza que arde demais
Quanto a saudade que eu vejo no pai
Desde pequeno vendo a procissão
Espero lá em casa com a santa na mão
Pai, reza pra ela que a mãe vai voltar
Filho, quem parte é quem não sabe amar
Abre a porteira o sol já raiou
Faço um pedido ao nosso senhor
Pai, fica bão que a mãe vai voltar
Filho, a saudade não sabe esperar

Quem tem saudade não sabe esperar
E quem partiu é quem não sabe amar
Quardo um pedaço de mim pra quando ela voltar

(Renato Luciano)

Ciranda Gigante ( Música)

Pra quê
lembrar valentia,
se a minha poesia
ficou com você?

Pra quem
importa se um dia
a estrada em que eu ia
partiu de você?

Eu vi
ciranda gigante
diante da praça
em frente ao jardim

E eu,
sozinho, pedia
que a sua folia
dançasse pra mim...

É que eu espero
que qualquer dia
minha poesia seja parte de você...

E ainda quero
que a tal valentia
se entregue à folia
mesmo sem saber por quê...

Pra quê
importa se um dia
a estrada em que eu ia
ficou com você?

Pra quem
lembrar valentia:
a minha poesia
partiu de você.

Eu vi!
Sozinho, eu pedia
a sua folia
em frente ao jardim.

E eu,
Ciranda Gigante,
diante da praça
dançava pra mim...

Blues da Bailarina ( Música)

Quando meu pai foi embora eu chorei
Quando você foi embora eu fiquei
Quanta saudade ausente em nós dois
Quanta alegria se sente depois
É hora de dançar com outro
Que eu vou cantar sozinho

(Renato Luciano)

É hora de almoçar (Música)

Rosto de mãe
Saudade braba
Canto de sabiá
Fogão de lenha
Giro na praça
Lá vai nóis passeá
E a moça bonita colhendo os versos
Que escorrem do lugar

Quando a gente vai embora a mãe da gente chora

Banho de rio
Tia risonha
Senta pra conversar
Saudade braba
Peito rachando
Vontade de voltar
Cachorro latindo
E a vó chamando:
É o hora de almoçar

Quando a gente vai embora a mãe da gente chora

No seu lugar (Música)

Minha voz agora se calou
Cadê você aqui?
Minha paz agora terminou
Cadê você aqui?
Mas a vida vai passar
 E a gente vai descobrir
Que pode ser feliz
Tan tan tan
Quem bateu?
Pode entrar
É outra no seu lugar

(Renato Luciano)